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  • Foto do escritorPatrícia e Rafaela

OSCAR 2019: Nasce uma Estrela

Atualizado: 30 de mai. de 2020

Dirigido por Bradley Cooper, o quarto Remake da história no cinema traz Lady Gaga com atuação impecável e indicações à oito categorias no OSCAR 2019


Ao assistir “Nasce uma Estrela”, você tem a certeza de que essa história de amor não é uma comédia romântica, e sim, um drama, e me arrisco a dizer, dos bons. Dirigido por Bradley Cooper, o quarto Remake da história no cinema, indicado a oito categorias no OSCAR (melhor filme, atriz, ator, ator coadjuvante, roteiro adaptado, fotografia, mixagem de som e canção original), Nasce uma Estrela surpreende.

O longa traz Jackson Maine (Bradley Cooper), um astro da música country alcoólatra, que retornando de um show, para no primeiro bar que encontra em busca de mais bebida e sem saber, acaba na noite de performances de drag queens e se depara com Ally (Lady Gaga). De imediato se encanta ao ver sua apresentação de “La Vie en Rose”. É interessante observar a escolha pelo bar de drags para o encontro das personagens principais, tendo em vista a proximidade de Lady Gaga com a comunidade LGBT+.


De início já vemos que Maine tem problemas com bebidas e é surpreendido pelo lado artístico de Aly, em pouco tempo observamos o declínio de sua carreira devido ao álcool e ao mesmo tempo a volta da vontade de viver por causa de Ally. Também vemos o conflito que Ally vivencia, talentosa, no entanto rejeitada pela indústria musical por não fazer parte do padrão de beleza. Aqui cabe a curiosidade de que uma das características físicas que incomodam Ally e a fazem se sentir fora do padrão nos quatro filmes é o tamanho de seu nariz, mas, na versão de 2018, isso se torna uma expressão romântica entre os dois.


Após o encontro no bar, os dois passam uma noite conversando e os diálogos que por sinal são muito bem construídos, contribuíram para a indicação a roteiro adaptado. Eles se apaixonam, e temos o momento ápice do filme até então quando Jackson e Ally contam “Shallow” no palco (detalhe: o maior palpite do Oscar 2019 - Shallow como Melhor Música Original).


É interessante observar como Lady Gaga é perfeita para o papel, a característica principal para sua personagem é sem dúvida cantar como uma diva, porém, a cantora surpreende e entrega uma atuação sensacional. Nessa primeira apresentação de Shallow ela constrói a transformação da moça envergonhada que não sabe o que está fazendo ali, para a moça talentosa que se entrega ao momento de forma brilhante, tanto na voz como no comportamento. Nos acontecimentos finais de Nasce uma Estrela, temos novamente uma atuação em voz e expressão que demonstra toda a tristeza que a nova estrela sentia naquele momento.


Confesso que assisti apenas as versões de 1954 e de 2018, e o que os longas trazem em comum, são as apresentações incríveis de Judy Garland no antigo e Lady Gaga no atual. Porém, considerando que na versão de 1976 a personagem foi interpretada por Barbra Streisand tenho fortes motivos para acreditar que esse fio condutor está presente nessa outra versão também, (não me referi a versão de 1937 por não se tratar de um musical, a personagem era atriz).


Bradley Cooper em seu primeiro trabalho como diretor não deixa a desejar, muito elogiado pelos críticos, é tido por muitos como um dos esnobados do Oscar 2019. Seu trabalho como ator também é louvável, aprendeu a cantar em apenas oito meses e manteve de maneira tão natural o sotaque do sul e a performance de bêbado o filme inteiro, o ponto alto de sua performance é com certeza o seu suicídio. Outro ator que merece ser lembrado é Sam Elliot, que em seus poucos minutos no longa causou grande impacto.


Por fim, como esse filme se trata da quarta versão de uma mesma história, muitos poderiam se perguntar: ok, mas precisava conta-la mais uma vez? O que ele pode ter de diferente para valer a pena? Sim, valeu a pena devido à vários aspectos. Acho que a principal é a humanização de Maine, que nos longas anteriores também aparece como um alcoólatra com a carreira em declínio, porém, muito mais egoísta e violento, não só isso, mas a construção da narrativa sobre a relação com o pai, nos torna próximos dessa versão, o que torna seu suicídio muito mais sofrível. Outro aspecto é a atualização sobre o mundo de celebridades de hoje e as pressões atuais, como o cabelo tingido e as músicas sem sentido de Ally adota a pedido/imposição de seu agente. Nasce uma Estrela é uma linda e trágica história de amor contada e cantada com maestria por Bradley Cooper e Lady Gaga.


Beijos, Rafaela L.

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